CHRISTIAN DIOR COUTURE FALL 2014 | THE NEW LOOK REVOLUTION

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Foto: Style.com


Foi a 12 de Fevereiro de 1947 que o designer, "Christian Dior", apresentou o seu primeiro desfile. Não podemos comparar anos desses, com a actualidade, visto que o crescente número de lançamento de designers contemporâneos leva a que muitos outros sejam esquecidos ou simplesmente, haja lacuna de informação. O mais importante aqui é concluir, que décadas atrás, os olhos estavam postos no designer que mais tarde, se apelidou de "The New Look". Isto porque, tinha uma visão bastante clara do que a mulher deveria representar para a sociedade. Assim, jornalistas apelidaram de esta Maison, a casa do Novo Look. Claro está, que tudo faz mais sentido quando abordamos esta temática tendo em conta a situação espacial e temporal , ou seja, o período de pós-guerra. Era iminente a aura de luxo que as criações emanavam mas também a construção de uma mulher moldada com o pensamento de: " Haverão melhores dias". Situou-se num espaço intermédio entre a ascensão de um designer com um próprio factor social, que, segundo muitos pode ser a razão de ter sido tão bem aceite, na época - pelo menos, segundo a minha pessoa.



Após vários nomes terem passado pela direcção criativa, nomeadamente - Christian Dior, Yves Saint Laurent, Marc Bohan, Gianfranco Ferré, John Galliano, Bill Gaytten - é agora a Raf Simons que o trono pertence e por isso, analisemos segundo este prisma. Confesso que fiquei curioso quando surgiram as primeiras notícias sobre a entrada do "Jil Sander Guy" numa marca como a Dior porque era novo, e todos sabemos o quão emblemático foi o reinado de Galliano. Anos depois, e após termos uma Jennifer Lawrence a fazer campanha em plena cerimónia de Óscars, concluímos que estamos, novamente numa geração de "New Look". Isto porque, das 8 partes em que o desfile de Fall/Winter Couture 2014 se divide, são transpostas várias figuras emblemáticas, do sexo feminino, que surgem como um reforço do "Who run the World? Girls" (afinal a Beyoncé estava certa). Destas, destaque para o recorrer a uma caracterização de Maria Antonieta, mudando logo, para os volumes característicos do século XX. Não foi só um desfile, mas sim história carregada de uma aura francesa incrível, aura essa que corresponde ao legado que o próprio País deixa na história das revoluções (por exemplo, a revolução francesa). Ecléctico seria pouco porque, o que aqui é representado, na verdade, trata-se de explanação - quanto mais não seja, explanação de conceitos que já foram abordados pela Dior. 

Foto: Style.com





As linhas são claras, os cortes são definidos e o cair das peças acaba por redefinir o estilo francês que as mulheres começaram a trocar, pela abundante escolha na América. Sei que, tempos atrás, Raf Simons afirmou que era difícil encontrar uma mulher na rua e a definir como "Mulher Dior". E realmente o é. Mas Raf trouxe a esta casa, o que à muito era necessário: consistência. Esse factor, poderá fazer com que certas produções , sejam o clássico renovado e o Dior contemporâneo. Há que saber gerir o legado, e por isso, novos tempos...novas adaptações. 
Prova disso, está no facto de que durante o desfile as modelos não só desfilam como circulam na passerele vezes sem conta para fornecer aos peritos, a visão alargada da peça em todas as perspectivas - realce, desde já ,para este aspecto.
Como senão bastasse, além de uma óptima colecção criada em volta de uma história feminina de desenvolvimento de género, Raf, faz agora um statement que já o havia ter feito: Couture não é só para ocasiões próprias. Neste sentido, transpôs todo o glamour que existe à volta da alta costura francesa e criou linhas que se adaptam muito facilmente ao ready-to-wear da própria marca. Na minha opinião, isto é uma forma de dar fornecer à mulher uma nova arma no seu dia-a-dia: confiança. Quanto ás cores, o manual de instruções manda seguir as cores neutras e vários tons de rosa e vermelho que, a meu ver, fazem destaque para o aspecto do feminismo - bom saber que as tendências para o próximo Outono/Inverno não se ficarão apenas pelas típicas cores da estação. A Dior não só renasceu como inovou, sendo assim, esperemos os próximos passos.

Tiago Miguel Andrade



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