TREND ME TOO | PortugalFashion ORGANIC | O boom do bloom

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O artigo que vos apresento foi publicado aqui.

Numa altura em que o paradigma da moda ainda teimava em não assentar perfeitamente no lúmen da sociedade Portuguesa, surge uma iniciativa que refuta todas estas dificuldades: o Portugal Fashion.

Estamos a falar de anos 90, mais concretamente 1995 (quando se iniciou todo o projecto) e, sejamos sinceros ao ponto do directo, os resultados estão à vista desarmada ou não fosse este um dos eventos de moda mais importantes da zona norte de Portugal.

Neste segmento, o que me leva a escrever este artigo relaciona-se com o facto do Portugal Fashion se traduzir numshow de tremenda criatividade, culminando todo este entusiasmo na criação de uma área que promove os novos talentos e inserção de vários jovens criadores: o espaço Bloom.

De cariz problemático não são as razões que estiveram na base de uma emergência destes espaços em eventos (que agora podemos claramente fazer analogias com a plataforma Sangue Novo, inserida na ModaLisboa) tão movimentados e culturalmente preenchidos. O espaço, coordenado por Miguel Flor, repercute-se em toda a sua extensão em oportunidades de jovens criadores que querem enobrecer numa indústria como a da moda.

Detalhes do espaço Bloom desta 34º Edição do Portugal Fashion

Nesta edição, o momento mais importante (seguindo uma lógica de line-up) seria o concurso entre 8 novos criadores. Estes teriam de realizar 4 coordenados e apresentá-los na catwalk perante um júri (bem assente na indústria). De todos, quem sai vencedor é Pedro Neto que decidiu explorar a sua colecção segundo a suplantação da terra. Vê-se, agora, com acesso directo a um desfile só seu na próxima edição do Portugal Fashion. Denote-se que todos osdesigners apresentaram colecções interessantíssimas e com acabamentos brilhantes que só comprova o requisito de excelência por parte do júri. 

Claro está que o sistema é rotativo, mas existem certos nomes que nos dão prazer de ver repetidos na programação de edição para edição. Subitamente, surge-me na mente uma faixa de fundo preto com letras brancas onde leio em estampagem "KLAR", uma das marcas nas quais vejo todo o potencial  de conquista do mercado internacional (alguém que valorize a sua conceptibilidade).

Criações apresentadas no desfile de KLAR AW14


Mas, se por um lado existem marcas com potencialidades all the way, por outro lado existem outras que aproveitam essas oportunidades de forma (nacionalmente) directa, como é o caso de Hugo CostaElisabeth TeixeiraDaniela Barros e Estelita Mendonça. Desde a última edição que viram as escadas do sucesso para a sala principal. São, portanto, filhos do Bloom.

Hugo Costa AW14

Ora, é exactamente a este ponto que quero chegar: os verdadeiros frutos deste espaço. Para além de apresentarem em mercado internacional no momento, assumem uma relevância tão grande que são agora nomes que se apoderam da catwalk principal. E digo, desde já, que foi um refresh para  opinion-makers e demais profissionais na área. 

Destaque para o desfile de Joana Ferreira que nos apresentou um minimal visualmente tangível. Sem dúvida, criações apelativas e sugestivas a interpretações distintas que culminaram em conceitos de editorial distintos mas brilhantes.

Joana Ferreira AW14


Uma particularidade de toda a indústria da moda é que se pode partilhar e ramificar por diversas áreas, como a Sociologia. E nada melhor do que à luz desta ciência social afirmar que todo o ambiente, nível estético e nível racional do espaço Bloom é intrinsecamente esperançoso e coberto de ligações íntimas (por exemplo, parentes a verem desfiles dos filhos-prodígio), mas, também, com um desdém populacional enorme. É a sala onde muitos podem começar a viver o sonho.

Bloom, para muitos que lá passam, pode ser apenas uma plataforma ou, até mesmo, um passatempo. Mas, na íntegra, e para quem sabe o que faz, é a rampa que muitos querem. Não está tangível a todos, é verdade. Mas é a trabalhar que se desenvolve algo digno de exposição, por isso pode-se mesmo afirmar que o Bloom é o primeiro contacto com uma feroz indústria que não perdoa quem perde as oportunidades.

Modelos a chegar da catwalk no desfile de Mafalda Fonseca
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